Sobre a
Perfumaria Botânica
Os perfumes são mais antigos do que você imagina!
As substâncias aromáticas sempre foram presentes em rituais e na medicina desde os primórdios do tempo. Perfumes eram criados com inúmeros significados e intenções, para conquistas, preparação da morte, embalsamento, amor, guerra, oração, entre outros.
A difusão do uso de perfumes no mundo antigo foi alcançada pelo comércio de especiarias. As famosas rotas comerciais da seda e das especiarias, originárias da China e que se estendiam do Médio Oriente ao sul da Europa, passavam por países e culturas muito diferentes entre si. O comércio de itens necessários à produção de perfumes era altamente valorizado. As fragrâncias eram itens de luxo, os perfumistas eram herdeiros práticos e filosóficos das tradições da alquimia e eles almejavam transformas a matéria física em essências divinas.
Novo conceito de perfumaria é instalado no mundo moderno.
De meados de 1800 até hoje, o perfume tornou-se algo que nossos ancestrais não reconheceriam. O perfume deixou de ser um artigo de luxo para algo acessível em massa. A produção de perfumes sintéticos foi fortemente estimulada por promover baixo custo de produção e maior estabilidade. Por consequência, a perfumaria virou uma grande indústria deixando de ser conhecida como um trabalho artesanal. Mesmo na indústria, eles ainda seguem as etapas do processo alquímico, mas os perfumes deixaram os ateliês e foram para os laboratórios, tanto literal quanto filosoficamente.
Aquele processo tão poético de produção foi substituído pela a mecanicidades da produção em massa.
O mundo dos odores foi bombardeado pelas essências sintéticas, na qual as pessoas nem sabem mais como são os odores das substâncias naturais. Várias vezes apresentei o óleo essencial de lavanda para as pessoas e elas contorceram o nariz dizendo que não era. Elas estão acostumadas com o cheiro da lavanda sintética. Outas remetem este aroma ao cheiro de desinfetante -mas não, lavanda de verdade tem cheiro de planta e não de desinfetante.
A busca pelo antigo valor da perfumaria
Trabalhar com a perfumaria botânica é resgatar esta antiga arte de criar fragrâncias ricas, autênticas, exclusivas e cheias de significados. Tudo isso utilizando exclusivamente matérias primas naturais e de origem vegetal.
Ao contrário da estrutura "linear" dos sintéticos, os perfumes botânicos são dinâmicos. As partículas dos óleos essenciais são matérias vivas que, mesmo depois de enfrascados, eles continuam se misturando e reagindo. Eles evoluem na pele, mudam com o tempo e respondem de forma única com a pele do indivíduo que os usa.
As fragrâncias botânicas também não podem ser reduzidos em uma única fórmula, porque os óleos aromáticos, que as compões, contém traços de outros elementos e não podem ser retidos em fórmulas. Este mistério das plantas faz com que seja mágico trabalhar com elas. Retomando a ciência alquímica, estes traços englobam a alma das plantas.
"A criação do perfume natural promove um encontro mágico entre ciência e arte. O modo com que as moléculas divergentes de uma única matéria-prima dançam uma com a outra é ciência; já o modo com que um perfumista natural reconhece a simetria, graça e beleza dessa dança molecular e as aplica na criação de um perfume natural, é arte.”
- Justine Craine,
Livro Perfumaria Botânica
Transformar matérias aromáticas naturais em um perfume é um processo que apela a intuição e ao imaginário. Claro que há algum tipo de lógica, mas esta é diferente.
Portanto, os perfumes botânicos são autênticos de alto valor significativo. Na qual, busca manter o processo de criação alquímico, utilizando a alma das plantas para transformar algo subjetivo em matéria física. São itens capazes de conversar com nosso sutil e despertar sensações prazerosas em nossos corpos.